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TÍTULO: Mulheres na tecnologia - fundamentos sobre a presença a partir de um contexto histórico

Autor(s): Catherine, N. & Chantal, V.

EDITORIAL: A área de Tecnologia da Informação (TI) está em constante evolução, mas uma preocupação crescente é o baixo número de mulheres nesse meio. Nesse sentido, além de destacar o processo de inserção da mulher nesse ambiente, é necessário compreender como isso acontece no mundo para que se consigam mudanças significativas. Ao longo do estudo, esse processo não culpabiliza o gênero masculino, ele evidencia os impactos ocorridos ao longo das gerações e apresenta que esse é um problema que ainda exige muita importância, a fim de trazer vicissitudes.


Proferir-se sobre a presença de mulheres nas áreas de tecnologia não é um tema novo na ciência e ainda assim é amplamente discutido. Apesar do assunto ser apregoado de modo a ressaltar as diferenças sistêmicas, salariais e de iniquidade, é importante entender a raiz dessa questão.


As gerações Y e Z (nascidos entre, 1982-1994 e 1995-2010, respectivamente) nasceram e foram criadas na era do progresso tecnológico. Esse grupo, à medida que amadureceu, viu também o amadurecimento da ciência e de problemas que eram inimagináveis em décadas anteriores. Questões como o discurso crítico de gênero no mundo infantil começaram a ser indagados, a medida em que a geração anterior - marcados pela vivência durante a reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial, idealismo de produção, individualismo, ambição e a dependência do trabalho - indeferia esses temas, o que foi transferido e mantido por gerações. 


As consequências deste problema são visíveis até hoje, onde atividades e comportamentos muitas vezes ainda são divididos por gênero na visão social. A fim de entender sobre o assunto, é necessário destacar a socióloga Nancy Chodorow. Em seus estudos, ela contribui a revelar como o modo como a divisão do trabalho na família contribui para a desigualdade entre os gêneros ao dar origem a significados específicos, processo que tem um sentido inverso sobre a própria constituição da família, de forma que retroage sobre seu princípio, gerando um ciclo de reprodução da estrutura na qual mulheres maternam - processo onde mulheres são vistas principalmente como cuidadoras, responsáveis pelas tarefas de casa, afetivas e reprodutoras - enquanto homens se ocupam em participar da esfera pública. 


As principais razões pelas quais as mulheres não escolhem a indústria de tecnologia estão relacionadas a questões sociais e culturais. E esses problemas sociais e culturais se manifestam na infância. Os brinquedos disponíveis para meninas e meninos são diferentes. As meninas brincam com bonecas e utensílios domésticos, enquanto os meninos jogam jogos de lógica, videogames e computadores. Embora desmascarada pela ciência, persiste a ideia de que razões biológicas determinam os diferentes caminhos para meninos e meninas. De acordo com essa visão, as mulheres possuem habilidades “naturais” em atividades que exigem atenção e amor, mas não são racionais, atributo considerado masculino.


A sororidade é um dos aspectos mais importantes da presença feminina em empresas de qualquer área, incluindo tecnologia. Quanto mais apoiamos a igualdade de gênero nas carreiras e salários, mais incentivamos os movimentos das mulheres no mercado. É importante ressaltar que as mulheres buscam aprender, ler e se renovar tanto quanto os homens para alcançar cargos de liderança. Também é importante incorporar temas que envolvem tecnologia na educação desde cedo, para que as mulheres interessadas no assunto não se sintam sozinhas em suas jornadas e tenham confiança para entrar na área. A presença das mulheres na tecnologia é um exemplo de resistência e resiliência.


Segundo o IBGE em 2021, as mulheres ocupam apenas cerca de 30% dos cargos na área de tecnologia. Apesar de ser um número maior do que os anos anteriores, ainda faltam muitas mudanças para atingir um cenário ideal, até mesmo mudanças de comportamentos de forma que ocorra uma equanimidade.

CITAÇÃO: Catherine, N. & Chantal, V. Editorial:  Mulheres na ciência - Fundamentos sobre a presença a partir de um contexto histórico. The Academic Society Journal, 6(1) 5-6, 2022. DOI: doi.org/10.32640/tasj.2022.1.5.

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